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Coronel-JulioH
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Cartilha de Reforço Ortográfico Empty Cartilha de Reforço Ortográfico

Dom Abr 05, 2020 11:41 am
Cartilha de Reforço Ortográfico




REGULAMENTO GRAMATICAL POLICIAL DA POLÍCIA CPI!



O Regulamento Gramatical Policial (RGP) foi idealizado para solucionar e/ou nortear os policiais que demonstram hesitações, nas quais competem os campos linguísticos e gramaticais da Língua Portuguesa.



Este documento é composto pelos seguintes tópicos:




Ortografia;



Acentuação gráfica;



Pontuação;



Classes gramaticais;



Concordância;



Regência;



Colocação pronominal;



Crase.




Ortografia



Ortografia é uma palavra de origem grega: orthos = correto, graphia = escrita. Ortografia é a maneira correta de transcrever as palavras por meio da escrita.


1. Alfabeto


O alfabeto da língua portuguesa é composto de 26 letras: (a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z).



A letra H é usada no princípio de algumas palavras (haver, hélice, hipopótamo) e no início ou final de certas interjeições (ah!, hã?, hem?, oh!, push!).



No interior da palavra, o H é empregado em dois casos:



a) quando faz parte dos dígrafos ch, lh, nh:

chaveiro, malha, manhã;



b) com palavras compostas:

anti-herói, anti-higiênico, anti-horário, pré-helênico, pré-histórico, pré-humano.



2. Emprego do K, do W e do Y



O K é empregado:



a) em abreviaturas:

kit. = kitchenette, kl = quilolitro, K.O. = nocaute;



b) em símbolos:

kg = quilograma, km = quilômetro, Kr = criptônio;



c) em palavras estrangeiras:

karaokê, kart, kilt;



d) em derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros:

kantismo, kardecista, kepleriano;



e) em nomes próprios estrangeiros:

Kant, Kardec, Kepler.



O W é empregado:



a) em abreviaturas:
W = Oeste, w.c. = water closet, WNY = Oés-noroeste;



b) em símbolos:

W = tungstênio, Wb = weber, Wh = watt-hora;



c) em palavras estrangeiras:

walkie-talkie, watt, windsurfe;



d) em derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros:

wagneriano, weberiano, wesphakense;



e) em nomes próprios estrangeiros:

Wagner, Weber, Westphalen.



O Y é empregado:



a) em símbolos:

Y = ítrio, Yb = itérbio, yd = jarda;



b) em palavras estrangeiras:

yagi = antena de ondas curtas;

yang = no taoismo, o princípio masculino, ativo, celeste, penetrante, quente e luminoso;

yearling = animal puro-sangue entre um e dois anos de idade;



c) em derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros:

byronismo, hollywoodiano, taylorismo;



d) em nomes próprios estrangeiros:

Bryon, Hollywood, Taylor.



3. Emprego do dígrafo SC



O SC é sempre empregado em palavras de origem latina que vieram já formadas para o vernáculo: ascensão, consciência, cônscio, crescer, descer, discípulo, imprescindível, entre outras.



4. Emprego do S e do Z



Emprega-se S:



a) nos monossílabos:

ás, bis, gás, mês, pus, rês, trás (= atrás), tris (= voz imitativa de algo que se parte, principalmente vidro), xis etc.;



b) nas palavras oxítonas:

aliás, anis, atrás, através, convés, freguês, país, retrós, revés etc.;



c) nos seguintes nomes de pessoas:

Assis, Brás, Dinis, Garcês, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás etc.;



d) nos adjetivos pátrios em -ês:

francês, holandês, inglês, irlandês, japonês, português, ruandês, surinamês etc.;



e) em formas do verbo pôr e querer e seus compostos:

pus, pusera, quis, quisera, quisesse, compusera etc.;



f) nos adjetivos que contêm o sufixo -oso:

bondoso, cavernoso, escandaloso, estrondoso, famoso, furioso, glorioso etc.;

g) nos substantivos cujos verbos correspondentes apresentam o sufixo -ender:

defesa (defender), despesa (despender), empresa (empreender), surpresa (surpreender) etc.;



h) nos substantivos femininos que indicam títulos nobiliários e funções diplomáticas ou religiosas:

baronesa, duquesa, marquesa, princesa, consulesa, prioresa etc.;



i) em muitos outros vocábulos:

análise, básico, casa, framboesa, glosa, mesa, obeso, pesado etc.



Emprega-se Z:



a) nos monossílabos:

dez, fez, giz, noz, paz, riz, tez, triz, vez, voz etc.;



b) nos derivados em -zal, -zão, -zeiro, -zinho, -zito:

bambuzal, cafezal, cajazeiro, cajuzeiro, irmãozinho, florzinha, homenzação etc.;



c) nos substantivos abstratos em -eza derivados de adjetivos que indicam qualidade física ou moral:

beleza (de belo), dureza (de duro), franqueza (de franco), largueza (de largo) etc.;



d) nos derivados de palavras terminadas em Z:

cruzar, cruzeiro, cruzeta (de cruz), enraizar, enraizado, enraizamento (de raiz) etc.;



e) em muitos outros vocábulos:

azar, azeite, azulejo, bazar, buzina, capuz, cozinha etc.



5. Emprego do J



Grafam-se com J:



a) as palavras de origem indígena, africana ou de formação popular:

ajeru, cafajeste, canjebrina, canjerê, canjica, jeca, jiboia, etc.;



b) todas as formas do verbo em -jar:

arranjar (arranje, arranjei, arranjemos), viajar (viajei, viajem, viajemos) etc.;





c) os derivados de substantivos terminados em -ja:

esponjar, esponjeira, esponjinha, esponjoso (de esponja); granjaria, granjear, granjeiro (de granja) etc.;



d) muitos outros vocábulos:

ajeitar, alfanje, desajeitado, injeção, injetar, jeito etc.



6. Emprego de porque, porquê, por que e por quê



Emprega-se porque (= conjunção) em substituição a visto que ou por causa de que:

Canto porque me sinto feliz e minha vida está ótima. (= visto que)
Bebe-se muito no inverno russo, porque se tem muito frio. (= por causa de que)



Emprega-se porquê (= substantivo) em substituição a causa, motivo, razão:

Todos choravam muito e ninguém dizia o porquê. (= a causa ou o motivo)

Gostaríamos de saber os porquês de sua mudança repentina. (= as razões)



Emprega-se por que (= preposição por e pronome relativo que) em substituição a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:

Era íngreme e pedregosa a trilha por que seguira. (= pela qual)

Disseram que os trens por que vamos viajar são vagarosos e barulhentos. (= pelos quais)



Emprega-se por que (= preposição por e pronome interrogativo que) em orações interrogativas diretas:

Por que você não foi ao cinema?
Por que eles se atrasaram?



Emprega-se por quê (= preposição por e pronome interrogativo quê) ao final de uma oração interrogativa:

Estou atônito! Você fez aquilo por quê?

Fizemos tudo como fora combinado, mas mesmo assim ela não ficou satisfeita; por quê?



7. Emprego de a, à, ah! e há



Emprega-se a (= artigo definido feminino) diante de nomes femininos no singular:

Ela tem a saúde, a firmeza e a força de uma garota de vinte anos.

Lá se vai a bela rosa vermelha entre os dedos de Esmeralda.




Emprega-se a (= pronome oblíquo, 3.ª pessoa, singular, feminino) em substituição a um nome feminino no singular:

Você a levou ao cinema ontem.

Ele não pôde atendê-la com vagar.



Emprega-se a (= pronome demonstrativo feminino) em substituição a aquela:

Esta camisa é a que Maria me deu no Natal. (= aquela)

Esta foto não é a que tiramos em Paris? (= aquela)



Emprega-se a (= preposição) a fim de exprimir diversas relações entre palavras:

Ele aludiu igualmente a Pedro e Juliana.

Maurício é um homem temente a Deus.



Emprega-se à (= contração da preposição a com o artigo a) diante de um nome feminino que admite preposição + artigo:

Vou à casa de meus pais no próximo fim de semana.

Ele entregou os documentos à mulher de Ricardo.



Emprega-se à (contração da preposição a com o pronome demonstrativo a) em substituição a àquela:

Esta gravura é semelhante à que lhe dei. (= àquela)
Na sua carta, Luísa compara a dor de agora à que sentiu quando ficou viúva.

(= àquela)



Emprega-se ah! (= interjeição) no início da oração quando se deseja exprimir admiração, alegria, tristeza, ironia, dúvida etc. e, às vezes, enfaticamente, para dar mais força e realce às palavras a que se junta:

Ah! Que beleza de garota. Estou doido por ela!

Ah! Se eu soubesse de toda a verdade, teria tomado uma decisão diferente.



Emprega-se há (verbo haver) em substituição a existe, existem e faz:

Há um pouco de sopa de legumes na geladeira. (= existe)

Eduardo disse que há algumas pessoas a minha espera. (= existem)

Eles partiram há duas horas. (= faz)

Há dias que não vemos o sol brilhar. (= faz)



Acentuação gráfica



A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos símbolos escritos sobre determinadas letras, para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação do idioma. De modo geral, estes acentos são usados para ajudar a fala da pronúncia de palavras que fogem do padrão prosódico mais comum.



Regras de acentuação



Oxítonas



1. São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s:



a - já, cajá, vatapá



as - ás, ananás, mafuás



e - fé, café, jacaré



es - pés, pajés, pontapés



o - pó, cipó, mocotó,



os - nós, sós, retrós



e - crê, dendê, vê



es - freguês, inglês, lês



o - avô, bordô, metrô



os - bisavôs, borderôs, propôs



2. Acentuam-se sempre as oxítonas de duas ou mais sílabas terminadas em -em e -ens:

alguém, armazém, também, conténs, parabéns, vinténs.



Paroxítonas



Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em:



i - dândi, júri, táxi



is - lápis, tênis, Clóvis



ã/ãs - ímã, órfã, ímãs



ão/ãos - bênção, órfão, órgãos



us - bônus, ônus, vírus



l - amável, fácil, imóvel



um/uns - álbum, médium, álbuns



n - albúmen, hífen, Nílton



ps - bíceps, fórceps, tríceps



r - César, mártir, revólver



x - fênix, látex, tórax



Proparoxítonas:



Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente:

abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora etc.



Pontuação



Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e, até mesmo, silêncio - que só estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação. Estes são os também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.



Emprego dos sinais de pontuação



1. Vírgula



Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):



a) para separar os elementos mencionados numa relação:

A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e secretárias.

O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.



b) para isolar o vocativo:

Cristina, desligue já esse telefone!
Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.



c) para isolar o aposto:

Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador.

Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.



d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.);

Gastamos R$ 50.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos economizado durante anos.

Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá.



e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas.

Ontem à noite, fomos todos jantar fora.



f) para isolar elementos repetidos:

O palácio, o palácio está destruído.

Estão todos cansados, cansados de dar dó!



g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

São Paulo, 22 de maio de 1995.

Roma, 13 de dezembro de 1995.



h) para isolar os adjuntos adverbiais:

A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.

Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e:

Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.

Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.



j) para indicar a elipse de um elemento da oração:

Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal.

Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela tem trinta anos; a irmã, que tem quarenta.



k) para separar o paralelismo de provérbios:

Ladrão de tostão, ladrão de milhão.

Ouvir cantar o galo, sem saber onde.



l) após a saudação em correspondência (social e comercial);

Com muito amor,

Respeitosamente,



m) para isolar as orações adjetivas explicativas:

Marina, que é uma criatura maldosa, “puxou o tapete” de Juliana lá no trabalho.

Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.



n) para isolar orações intercaladas:

Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.

O filme, disse ele, é fantástico.



2. Ponto



Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa de um período simples ou composto:



Desejo-lhe uma feliz viagem.

A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor.



O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo:

fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia.



O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto-final.



3. Ponto e vírgula



Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, é praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula.

Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para:



a) separar orações coordenadas que tenham um certo sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula:

Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.



b) separar os vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;

………

(Constituição da República Federativa do Brasil)



4. Dois-pontos



Os dois-pontos são empregados para:



a) uma enumeração:

… Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo por que falou: e daí tornou atrás, ao próprio alto. Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível…



(Machado de Assis)



b) uma citação:

Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:

- Afinal, o que houve?



c) um esclarecimento:

Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.



5. Ponto de interrogação



O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:

- O senhor não precisa de mim?

- Não, obrigado. A que horas janta-se?

- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.

- Bem.

- O senhor sai a passeio depois do jantar? De carro ou a cavalo?

- Não.

(José de Alencar)



6. Ponto de exclamação



O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc.



- Viva o meu príncipe! Sim, senhor… Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito repousante, Jacinto!

- Então janta, homem!



(Eça de Queirós)



7. Reticências



As reticências são empregadas para:



a) assinar interrupção do pensamento:

- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá…

(Júlio Dinis)



b) indicar passos que são suprimidos de um texto:

O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure focalizou dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de signos… Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência dos signos…



(Mattoso Camara Jr.)



c) marcar aumento de emoção:

As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino… Perdi-te… Bem sabes que sorte eu queria dar-te… e morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-te.



(Camilo Castelo Branco)



8. Aspas



As aspas são empregadas:



a) antes e depois de citações textuais:

Roulet afirma que “o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana”.



b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulgares:

O “lobby” para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.

(Veja)



c) para realçar uma palavra ou expressão:

Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.



9. Travessão



Emprega-se o travessão para:



a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:

- Que gente é aquela, seu Alberto?

- São japoneses.

- Japoneses? E… é gente como nós?

- É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.

- Mas, então não são índios?



(Ferreira de Castro)



b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:

Maria José sempre muito generosa - sem ser artificial ou piegas - a perdoou sem restrições.



c) substituir a vírgula ou os dois-pontos:

Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana - acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase.

(Raul Pompeia)



10. Parênteses



Os parênteses são empregados para:



a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:

Todo signo linguístico é formado de duas partes associadas e inseparáveis, isto é, o significante (unidade formada pela sucessão de fonemas) e o significado (conceito ou ideia).



b) incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.):

Mattoso Camara Jr. (1977) afirma que, às vezes, os preceitos da gramática e os registros dos dicionários são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser posto de lado.



c) indicar marcações cênicas numa peça de teatro:

Abelardo I - Que fim levou o americano?

João - Decerto caiu no copo de uísque!

Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!

(Oswald de Andrade)



d) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões:

Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.



11. Asterisco



O asterisco é apenas um recurso empregado para



a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um livro:

Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria etc.

b) substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar:

O dr* afirmou que a causa da infecção hospitalar na Casa de Saúde Municipal está ligada à falta de produtos adequados para assepsia.



Classes gramaticais



As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.



Essas categorias são divididas em:



a) Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero e número: substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo e numeral.



b) Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio.



Substantivo

É a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil, beleza.



Verbo

É a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais como: existir, sou, chovendo.



Adjetivo

É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais como: feliz, superinteressante, amável.



Pronome

É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele.



Artigo

É a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma.



Numeral

É a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais como: um, primeiro, dezenas.



Preposição

É a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após, para.



Conjunção

É a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical, tais como: mas, portanto, conforme.



Interjeição

É a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!, Viva!, Psiu!.



Advérbio

É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como: melhor, demais, ali.



Concordância



Concordância é a harmonização (ou correspondência) de flexão entre termos de uma frase.

Há dois tipos de concordância: verbal e nominal. Na concordância verbal, o verbo concorda com o seu sujeito em número e pessoa. Já na concordância nominal, os determinantes (artigo, pronome, numeral e adjetivo) concordam em gênero e número com o determinado (substantivo).



Concordância verbal



1. Sujeito simples



a) O verbo concorda com o sujeito (claro ou oculto) em número e pessoa:

Nina chegou de mansinho e lhe deu um beijo.

Os metalúrgicos estão novamente em greve.



2. Sujeito composto



Se o sujeito for composto, o verbo irá para o plural:

Nina e Carol chegaram de mansinho e lhe deram um beijo.



É importante notar que, quanto à pessoa, o verbo irá:



a) para a 1.ª pessoa do plural, se houver entre os sujeitos um que seja da 1.ª pessoa:

Apenas José e eu protestamos contra a injustiça do diretor.

Tu e eu seremos os escolhidos.



b) para a 2.ª pessoa do plural, se houver os sujeitos tu e vós e nenhum sujeito da 1.ª pessoa:

Certamente tu e teu marido tereis a justiça divina.

Vós e aquela pobre mulher recebereis a assistência do nosso médico.



c) para a 3.ª pessoa do plural, sempre que os sujeitos forem da 3.ª pessoa:

Laurinda e as crianças da creche foram ao zoológico.



Concordância nominal



Regra geral



Os determinantes (artigo, pronome, numeral e adjetivo) devem concordar com o substantivo a que se referem em gênero e número:



1. Adjetivo anteposto



a) o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo:

Vimos belos quadros e esculturas no Museu de Arte Moderna.

Nina comprou boas frutas e legumes no mercado.



2. Adjetivo posposto



Com o adjetivo posposto há dois tipos de concordância:



a) o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo:

Ele comprou uma camisa e um blazer branco.

Ele comprou um blazer uma camisa branca.



b) o adjetivo vai para o plural, prevalecendo o masculino se os gêneros forem diferentes:

Ele comprou uma camisa e um blazer brancos.

Ele comprou um blazer e uma camisa brancos.





3. Adjetivo predicativo de sujeito composto



Com o adjetivo predicativo de sujeito composto aplicam-se, na maioria dos casos, as mesmas regras de concordância estabelecidas anteriormente. Assim:



a) se os substantivos (sujeitos) são do mesmo gênero, o adjetivo assumirá o gênero deles e irá para o plural:

O portão e o vitrô estavam abertos.

A lavadora e a geladeira são velhas.



b) se os substantivos (sujeitos) são de gêneros diferentes, o adjetivo para o masculino plural:

O portão e a porta da garagem estavam abertos.

A lavadora e o fogão são velhos.

Em (a) e (b), há também a possibilidade de concordância com o sujeito mais próximo, estando o verbo de ligação no singular e anteposto aos sujeitos:

Era velho o fogão e a lavadora.

Estava aberta a porta da garagem e o portão.



Regência



Regência é a relação de dependência entre os termos de uma oração. Nessa relação, há o termo regente, que rege outro termo, regido, que lhe completa o sentido. Exemplos:



a) Tivemos que assistir ao filme de pé.

                        regente  regido



b) João está apaixonado por Vera.

                     regente         regido



Observe que em (a) o termo regente é um verbo e em (b) o termo regente é um nome. Em (a) a relação que se estabelece entre o regente e o regido chama-se regência verbal e em (b) essa relação chama-se regência nominal. Como se vê, os termos regidos são exigidos, respectivamente, por um verbo e por um nome, para que a frase adquira sentido completo.



Regência verbal



A regência verbal, ligação do verbo com o seu complemento, pode se realizar de maneira direta, sem o auxílio de preposição, quando o complemento é um objeto direto, ou, então, de maneira indireta, com o emprego de preposição, quando o complemento é um objeto indireto. Exemplos:



a) Juliana vendeu a casa.



b) Pedro conversou com os grevistas.



Regência nominal



Os nomes (substantivos, adjetivos e advérbios), assim como os verbos, exigem determinadas preposições:



a) Carol tem medo de trovão.



b) Ela é carinhosa com as crianças.



c) César falou mal de todos.



Muitas vezes, a mudança da preposição altera a significação da frase:



a) Romeu tem confiança com Clarice. (= famialiaridade)



b) Romeu tem confiança em Clarice. (= crédito)



Às vezes, a mudança da preposição não provoca alteração semântica:



a) Ela já está acostumada ao frio do Canadá.



b) Ela já está acostumada com o frio do Canadá.



Colocação pronominal



Os pronomes oblíquos átonos - me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as - podem ser distribuídos na frase em três posições diferentes com relação ao verbo:




a) Não a vejo há muito tempo.



b) Dar-te-ei o presente quando chegarmos a Florianópolis..



c) Vejo-a com frequência no clube.



Essas três distribuições dos pronomes oblíquos átonos chamam-se, respectivamente, próclise, mesóclise e ênclise.



Em geral, coloca-se o pronome oblíquo, isto é, em ênclise:



a) Diga-lhe a verdade, por favor!



b) Aconteceu-me algo realmente engraçado.



Conforme a gramática normativa, não se começa jamais uma frase com pronome oblíquo. No entanto, em linguagem coloquial e, até mesmo, entre autores consagrados, muitas vezes, ocorre a próclise em início de oração ou frase:



a) Me parece que ela ficou doida.



b) Te telefono no domingo.



c) Me dá um cigarro.



Próclise



A próclise ocorre sempre:



a) com qualquer palavra de valor negativo (não, nunca, jamais, nada, ninguém etc.):

Não a encontro há muito tempo.

Ninguém me telefonou até agora.



b) com advérbios, sem que exista pausa:

Ontem me avisaram que Alexandre viajou.

Jamais se vendeu tanto carro como agora.



c) com pronomes indefinidos:

Tudo me lembrava aqueles anos felizes.

Ninguém se preocupou em fechar a porta.



d) com orações regidas por conjunções subordinativas:

Quando me levantei, ela já havia fugido.

Concordou comigo, embora a situação a afligisse muito.



e) com orações que se iniciam por interrogativos (pronomes ou advérbios):

Quem nos garante que o refém está vivo?

Por que me perseguem desse modo?



Entre muitas outras situações.



Mesóclise



A mesóclise ocorre com dois tempos verbais: o futuro do presente e o futuro do pretérito, desde que não haja palavra que possa atrair o pronome para a próclise. Exemplos:



a) Com certeza, dir-te-á logo que houve um engano atroz.



b) Contar-lhe-ei tudo a respeito do grave incidente em Moscou.



Ênclise



Emprega-se, normalmente, a ênclise:



a) com verbos no início do período:

Traga-me a conta, por favor.

Deram-lhe um verdadeiro presente de grego.



b) com verbos no imperativo afirmativo:

Paulo, ouça-me com atenção.

Receba-a com generosidade.



c) com verbos no gerúndio, quando não houver nenhuma palavra “atrativa”:

O velhinho chegou ao hospital queixando-se de dor no peito.

O marido gritava muito, culpando-a sempre pelo acidente.



Crase



Crase é a fusão (ou contração) de duas vogais idênticas numa só. Em linguagem escrita, a crase é representada pelo acento grave.

Ocorrência da crase



a) preposição a + artigos a, as:

Fui à feira ontem.

Paulo dedica-se às artes marciais.



b) preposição a + pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:

Marian referiu-se àquele cavalheiro de terno cinza.

Depois nos dirigimos àquelas mulheres da associação.



c) na indicação de horas:

João se levanta às sete horas.

Devemos atrasar o relógio à zero hora.



d) em locuções adverbiais constituídas de substantivo feminino plural:

Pedrinho costuma ir ao cinema às escondidas.

Às vezes preferimos viajar de carro.



Em muitas outras situações.



Principais casos em que não ocorre a crase



a) diante de substantivo masculino:

Compramos a TV a prazo.

Ela leva tudo a ferro e fogo.



b) diante de verbo no infinitivo:

A pobre criança ficou a chorar o dia todo.

Quando os convidados começaram a chegar, tudo já estava pronto.



c) diante de nome de cidade:

Vou a Curitiba visitar uma amiga.

Eles chegaram a Londres ontem.



d) diante de pronome que não admite artigo (pessoal, de tratamento, demonstrativo, indefinido e relativo):

Ele se dirigiu a ela com rudeza.

Direi a Vossa Majestade quais são os nossos planos.



e) diante do artigo indefinido uma:

O policial dirigiu-se a uma senhora vestida de vermelho.

O garoto entregou o envelope a uma funcionária da recepção.



f) em expressões que apresentam substantivos repetidos:

Ela ficou cara a cara com o assassino.

Eles examinaram tudo de ponta a ponta.



g) diante de palavras no plural, precedidas apenas de preposição:

Nunca me junto a pessoas que falam demais.

Eles costumam ir a reuniões do Partido Verde.



h) diante de numerais cardinais:

Após as enchentes, o número de vítimas chega a trezentos.

Daqui a duas semanas estarei em férias.



i) diante de nomes célebres e nomes de santos:

O artigo reporta-se a Carlota Joaquina de maneira bastante desrespeitosa.

Ela fez uma promessa a Santa Cecília.



j) diante da palavra casa, quando esta não apresenta adjunto adnominal:

Estava frio. Fernando havia voltado a casa para apanhar um agasalho.

Antes de chegar a casa, o malandro limpou a mancha de batom do rosto.



k) diante da palavra Dona:

O mensageiro entregou a encomenda a Dona Sebastiana.

Foi só um susto. O macaco nada fez a Dona Maria Helena.



l) diante da palavra terra, como sinônimo de terra firme:

O capitão informou que estamos quase chegando a terra.

Depois de dois meses de mar aberto, regressamos finalmente a terra.



Ocorrência facultativa (opcional) da crase



a) antes de nome próprio feminino:

Entreguei o cheque à Paula.

Entreguei o cheque a Paula.



b) antes de pronome possessivo feminino:

Ela fez uma crítica séria à sua mãe.

Ela fez uma crítica séria a sua mãe.

c) depois da preposição até:

Vou caminhar até à praia.

Vou caminhar até a praia.
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